Ando com o coração mais pequenino que uma ervilha, ando triste, preocupada e apreensiva.
Tenho consciência que chega a altura e os filhos voam, mas não estava preparada para um voo tão longo e tão repentino.
Apaixonou-se perdidamente e não pode viver longe do seu amor.
Quer estar junto dele, quer viver com ele quer construir uma família e a solução é ir para junto dele.
A minha filha tem uma estrela guia (sempre lhe disse).
Contra a norma da instituição onde trabalha, foi-lhe dado uma oportunidade de transferência do posto de trabalho para Bruxelas. Situação que nunca ocorreu com ninguém. Dos RH avisaram-na que era quase impossível ela conseguir essa mobilidade, era mesmo muito difícil, provavelmente não iriam abrir uma excepção.
Não desistiu, falou com o Director, abriu o coração contou-lhe que estava apaixonada e precisava que lhe dessem a oportunidade de continuar a ser feliz.
Esperou quatro dias ansiosa.
Conseguiu!!
A felicidade transbordava quando lhe deram o ok, nem queria acreditar, estava super feliz, não cabia em si de contente.
Março será a semana da despedida, não consigo imaginar ela a fazer a mala e caixas com as suas coisas.
Não posso pensar que ela não vai chegar para jantar, para conversarmos, não vou ouvir a musica que sai do seu quarto quando ela está, não vou ouvir a sua voz, o seu sorriso, beijar-lhe a face fria quando chega, passar a mão no cabelo grande preto de caracóis, a musica alta enquanto toma banho..., não sei quando a volto a ver.
Dou comigo a chorar, ela vai fazer-me muita falta, e não é por haver mais filhos que a ausência é melhor aceite, cada filho tem um lugar especial no meu coração e é como se esse lugar ficasse vazio.
Ou sou eu que fico vazia.